sexta-feira, 11 de abril de 2014

PERIFERIA


Se você precisa de uma injeção de otimismo e quer voltar a acreditar  na bondade de um trabalho  voluntário, faça uma visita à Comunidade de Nossa Senhora da Vitória na região noroeste de Goiânia. Quatro pequenas freiras, duas brasileiras e duas argentinas, da Ordem Dominicana, entregam a própria vida ao cuidado cotidiano do povo daquela periferia, levando jovens e adultos a crescer como pessoas e cidadãos. Eu estive presente, representando a Caravideo, a uma singela reunião festiva, no dia 04 de Abril, durante a qual foram ilustradas algumas atividades que fazem  parte do projeto social daquela comunidade, como o curso de informática e montagem de computadores, o cursinho de inglês etc... Com este trabalho são atingidos vários bairros populares com problemas gritantes, como, por exemplo, a droga. Uma dirigente do CAPS (Centro de atenção psico-social) revelou os dados de uma pesquisa feita naquela região da qual resulta que o caminho para a droga, para a maioria dos jovens, começa com a idade de 8 a 10 anos. Isto é terrível e deveria perturbar o sono de pais, de autoridades do Município e do Estado, de padres e pastores, de educadores e professores, de associações esportivas, de sindicatos e partidos. As freiras não têm dinheiro, não possuem instrumentos de poder social ou político, somente  têm a força que vem da Fé, que vem de Deus. Naquela reunião percebi que não falta a simpatia de pessoas ligadas à escola, à Prefeitura e ao Estado, mas isso não basta. Precisa provocar um choque de atenção efetiva aos problemas do povo da periferia. Saí de lá com uma profunda melancolia: soube que naqueles dias as irmãs tinham recebido o aviso de uma multa da Prefeitura que as acusava de ter usado sem licença um terreno público ao lado do Centro Comunitário, terreno que há muito tempo as irmãs usavam para as atividades sociais e recreativas da juventude.

Sergio Bernardoni




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