segunda-feira, 11 de maio de 2015

Semana de Oração pela Unidade Cristã




Programação Semana de Oração pela Unidade Cristã – 17 a 24 de maio de 2015 – Dá-nos um pouco da tua água! (Jo 4,7).
17/05/2015Local: Paróquia São Felipe – Igreja Episcopal Anglicana do Brasil – Horário10h30.  Endereço:  Rua Afonso Pena, Esquina Carlos Gomes, Quadra 11, lote 22, Parque Anhanguera I – Goiânia.
18/05/2015: Local: Casa das Irmãzinhas de Jesus. Horário: 19 horas. Endereço: Rua 2, Quadra 2, Lote 16, Setor Estrela Dalva – Goiânia. Fone: 3581-3711 ou 99399930 (Vivo).  
20/05/2015: Local: Igreja Sal da Terra (Presbiteriana Renovada). Horário: 19 horas. Endereço: Avenida dos Bosques, S/N. Setor Bairro Floresta – Goiânia
21/05/2015: Local: Comunidade São Gabriel. Horário: 19h30. Endereço: Rua RB 13, C/Rua 8. S/N. Setor: Recanto do Bosque – Goiânia.
23/05/2015: Local: Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia – Paróquia São Jorge. Horário: 17 horas. Endereço: Rua Mônaco – Qd 83, - LT 12 – Residencial Village Garavelo II, Aparecida de Goiânia.
24/05/2015: Local: Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). Horário: 9h30. Endereço: Avenida Alameda Botafogo , 222 – Setor Central – Goiânia. 



quinta-feira, 30 de abril de 2015

DOM TOMÁS BALDUINO: UM FERMENTO BOM.

Na noite do dia 27 de Abril, no salão do Centro Cultural Caravideo aconteceu a celebração da memória de um ano de falecimento do Bispo dom Tomás Balduino  (2 de Maio 2014). Num clima de grande emoção estavam  presentes amigos, parentes, representantes de associações ,padres e pastores de várias igrejas. A parábola evangélica do fermento se aplica muito bem à pessoa de dom Tomás. No testemunho que deram várias pessoas se percebe que a figura de dom Tomás continua animando e inspirando a ação libertadora dos oprimidos. Ele teve um papel de destaque dentro da igreja nas questões referentes à reforma agrária e aos direitos dos povos indígenas. Participou da criação do CIMI (Centro Indigenista Missionário) e da CPT (Comissão Pastoral da Terra). O seu corpo está sepultado no interior da Catedral Nossa Senhora de Santana, na cidade de Goiás. O músico Pedro Munhoz fez uma homenagem a dom Tomás com uma bonita canção. Eis aqui a letra desta música;
1- Um eterno caminhante-  foi seguindo o seu destino,
    foi a voz dos retirantes- povo pobre, peregrino.
2- Insurgiu-se às injustiças- que cruzaram o seu caminho,
    à riqueza e à cobiça- o poder dos assassinos.
3- Um silêncio que se faz – cai a tarde, bate o sino,
    Segue em frente, vai em paz – para sempre, Balduino.
4- Atendendo ao chamado – do Celeste Pai Divino ,
    Repartir foi o legado – era Tomás, o menino.
5- Feito Mestre Nazareno – a Palavra e o Ensino,
    Sempre amigo e sereno – protegendo os pequeninos.





terça-feira, 14 de abril de 2015

EU TE PERDOO


Contam que Santa Rita, antes de se tornar freira era mãe de dois filhos,  casada com um senhor poderoso e briguento de Cassia, na Itália, ele foi assassinado covardemente pelos seus inimigos, no dia do funeral, publicamente ela perdoou os assassinos do marido. Dias depois, confessou a uma amiga: ”Somente agora consegui perdoar de verdade aqueles assassinos”. E a amiga: ”mas você já não os perdoaste publicamente durante o funeral? “ Aquele perdão - disse Rita - não foi sincero porque perdoei por medo de futuras vinganças contra os meus filhos. Agora estou perdoando de verdade, em nome do Senhor,  e não peço nada de volta”. Examinando nos jornais o teor das palavras de parentes e amigos de pessoas assassinadas se lê com frequência afirmações como: “ Eu perdoo, não quero vingança, mas quero justiça e que o criminoso seja preso e duramente condenado”. Ou: “ Eu os perdoo mas devem ser eles primeiros a pedir este perdão”. Estes sentimentos, aparentemente razoáveis  e justos, escondem, sim, o desejo e a satisfação da vingança .  No Evangelho Jesus é radical: “Não perdoais  sete vezes, mas setenta vezes sete. – Para quem te bate na face esquerda ofereça também a direita – e para os que o crucificaram: - Pai perdoa-lhes porque não sabem aquilo que fazem”.  O perdão sincero e total é a prática evangélica mais difícil. Mesmo quando se trata de perdoar crimes menores: uma calúnia, uma maledicência, uma infidelidade, um roubo de dinheiro ou de coisa de estimação. No grupo do Terço dos homens, que frequento há quatro anos, tenho um companheiro que, na hora dos pedidos de oração, repete quase sempre: “ Peço a vocês e ao Senhor a força de perdoar.  Não consigo perdoar”. Duas semanas atrás, todos ficamos admirados quando disse” Agradeço as vossas orações e a ajuda do Senhor, porque finalmente consegui perdoar”. Custou o seu perdão, mas foi claro que ele tinha entendido o que deveria ser um perdão verdadeiramente cristão. Por isso podemos encerrar estas considerações com a oração de São Francisco: “Louvado seja, meu Senhor, por tosos aqueles que têm a força de perdoar”.

sergiobernardoni@gmail.com

sexta-feira, 10 de abril de 2015

"AGGIORNAMENTO E MÚSICA POP"


O Papa João XXIII usou a palavra “aggiornamento” durante o Concílio Vaticano II. “Aggiornamento” significa “recolocar em dia” e, neste caso, ”atualizar a Igreja”. Pouco foi feito nestes cinquenta anos depois do Concilio para realizar este “aggiornamento”. Depois da eleição do Papa Francisco o caminho do “aggiornamento”  foi  retomado. Dom Staglianó, bispo de Noto, na Itália, mostra como trilhar este caminho, suscitando admiração na mídia que rebatiza a sua pregação de “homilia cantada”que ganhou notoriedade depois de ser veiculada no Youtube. O bispo celebra a Crisma e usa uma linguagem que os jovens ama. A musica pop. E assim, diante do altar ele canta trechos das músicas “Vuoto a perdere (vazio a perder)”  ,“O essencial” e “Guerreiro” do cantor italiano Mengoni, para esclarecer que podemos nos tornar vazios seguindo a moda do mercado e devemos guerrear para que o essencial preencha a palavra amor de seu conteúdo humano e espiritual, “Eu  uso a linguagem da música moderna para falar  aos jovens de coisas sérias e eles me dizem que escutam com prazer. Então porque não usar um meio que faz “
arder o coração”? Vejam o que diz o Papa Francisco na sua  Exortação apostólica “A alegria do Evangelho - O pregador deve colocar-se na escuta do povo-.

sergiobernardoni@gmail.com

segunda-feira, 30 de março de 2015

UMA LIÇÃO DE VIDA


Contam que na Idade Média um sábio passou por alguns operários que estavam trabalhando numa construção. O sábio se aproximou de um servente de pedreiro e lhe perguntou: o que você está fazendo? O homem podia não responder: era só olhar para entender  que estava mexendo com areia e cal preparando a massa para os pedreiros. Mas o sábio recebeu uma resposta que o deixou de boquiaberta. O servente respondeu: ”eu estou construindo uma Catedral”. Pensando nas maravilhas que eram as Catedrais da Idade Média certamente foi especial a visão, a coragem e a consciência do servente de pedreiro em fazer um trabalho importante e indispensável para a construção daquela maravilhosa obra, como era importante e indispensável o trabalho dos engenheiros e dos arquitetos. É que na vida, tudo aquilo que a gente faz, mesmo a mais humilde das ações, quando é bem feita, com competência e amor, é importante para a construção da grande Catedral que é o mundo, a sociedade, a humanidade  e o bom Deus dará a mesma recompensa ao garí que cuida do asseio de uma  rua e ao presidente da república que cuida da nação.  A medida da recompensa não será o grau e a posição do cargo, mas a fidelidade, a honestidade e o senso de responsabilidade com que se leva a frente uma tarefa. " Nos ajuda e nos conforto neste sentido o exemplo de tantos homens e mulheres que no silêncio e no escondimento, cada dia renunciam a si mesmos para servir os outros, um parente doente, um idoso sozinho, uma pessoa deficiente, um sem teto.( Palavras de Papa Francisco)"

sergiobernardoni@gmail.com

terça-feira, 17 de março de 2015

A MÁSCARA CAIU

Nas manifestações de rua do domingo 15 de março uma frase, repetida em várias capitais nas faixas levantadas pela multidão, fez doer o meu coração: “ INTERVENÇÃO MILITAR,  JÁ!”. Foi saudade do tempo da ditatura militar? Acho que não chegou a tanta burrice, mas  deixou claro que o projeto defendido  é pelo domínio da direita, a marginalização dos pobres, contra o fortalecimento  político e econômico das classes subalternas. Reveladora é também a ausência de frases e de gritos pela defesa da Petrobrás, como, ao contrário, tinha acontecido nas manifestações  sindicais da sexta feira anterior. Isso esconde o desejo de ver a Petrobrás privatizada, como aconteceu com a Vale no tempo de F.E.Cardoso. O símbolo da rejeição ficou com a pessoa da Dilma (“fora Dilma!”), mas  a luta da direita não é contra uma pessoa e sim contra o projeto de uma mudança política e social em favor dos pobres. Dilma é certamente mais limpa do que todos os  outros presidentes da era democrática (Sarney, F.E.Cardoso e Lula), mas carrega em si, simbolicamente, todo o peso da corrupção e, agora, também do atual ajuste econômico. O que ficou, então, de positivo, nas manifestações do dia 15? Ficou algo que já sabíamos: a condenação do sistema político e seus representantes e, sobretudo, a condenação da conduta suja dos administradores de todos os campos. Temos que acrescentar somente uma coisa: atenção a não condenar a corrupção somente no andar de cima, porque a Lei de Gerson (tirar vantagem de tudo) é infiltrada também no andar de baixo, incluindo todos nós.

sergiobernardoni@gmail.com

sexta-feira, 13 de março de 2015

A CONSCIÊNCIA PODE DOER.


Num destes dias fui à lanchonete para comer um salgado com minha esposa. Foram dois salgados e dois cafés. Quando fui pagar percebi  que  a atendente tinha marcado  dois cafés e somente um salgado. Eu vi o erro, pouco depois, e quando o caixa me perguntou se era isso mesmo, falei que sim e paguei. Foi distração?  Foi esperteza? Foi ladroagem? Não sei, talvez um pouco de tudo me ajudou a aplicar a “lei de Gerson: tirar vantagem”. Mas quando voltei em casa a consciência me doeu tanto que não consegui dormir direito, até achar uma solução para reparar o meu erro: voltaria na mesma lanchonete no outro dia e no papel da despesa eu mesmo marcaria “mais um salgado”, sem telo comido, pagando assim o do dia anterior, que eu tinha comido sem pagar. E é o que fiz no dia seguinte. Este tipo de “consciência que dói” é herança da minha educação católica que eu agradeço do profundo do coração. Parece que nem sempre a consciência dói, mesmo quando não se trate de dois ou três reais, mas de milhões, como se vê acontecendo no escândalo da Petrobrás. Pode-se misturar religião com corrupção de menor ou maior importância, sem a consciência doer. E isso pode atingir nós todos, gente comum, se não tiver a delicadeza de consciência para perceber que o que não é nosso “não é nosso”, e se não  aprender a viver com justiça e com a extrema atenção a não prejudicar o próximo. Jesus no Evangelho diz que se na hora de orar ou fazer uma oferta no altar você lembrar que tem alguma dívida com o próximo: “deixa lá a tua oferta e vã reparar primeiro o mal feito ao irmão”(Mt.5,23).

quinta-feira, 5 de março de 2015

AS SOBRAS


Hoje, 05 de Março 2015,três mil famílias do Movimento Sem Terra (MST),começam a deixar, por ordem judicial,  sob os olhos da polícia, a fazenda Santa Mônica, do senador Eunício de Oliveira (PMDB). Eis aqui a crônica do jornal O Popular: “Fim da tarde. Por do sol à vista. Da carroceria de um caminhão, famílias descarregam camas e roupas numa área à beira de BR-060,na altura do km 47, em Alexânia, na região leste de Goiás  É neste local que  elas começam a instalar um novo acampamento, depois de serem retiradas de uma parte da Fazenda Santa Mônica de propriedade do Senador Eunício de Oliveira (PMDB-Ceará), ocupada há cinco meses”.  É terrível o que está acontecendo em nome da lei. A fazenda santa Mônica tem 20 mil hectares, e o senador é dono de outras várias fazendas. Os sem terra não possuem nada e só querem um pedacinho de chão para sustentar a família. A justiça do homem não é a justiça de Deus, mas é por esta  que o senador será julgado. Para entender o tamanho da “injustiça” cometida pela justiça humana, vamos ler no Evangelho de Lucas a parábola do pobre Lázaro:-“  Havia um homem um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino e dava banquete todos os dias. E um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, que estava caído à porta do rico. Ele queria matar a fome com as sobras que caiam da mesa do rico. E ainda vinham os cachorros lamber-lhe as feridas. Aconteceu que o pobre morreu, e os anjos om levaram para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. No inferno em meio aos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe Abraão, com Lázaro a seu lado. Então o rico gritou:” Pai Abraão tem pena de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar  a língua porque este fogo me atormenta”. Mas Abraão respondeu: “Lembre-se, filho: você  recebeu seus bens durante a  vida, enquanto Lázaro recebeu males. Agora porém, ele encontra consolo aqui, e você é atormentado. Além disso há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, nunca poderia passar daqui para junto de vocês, nem daí poderiam atravessar até nós” (Lucas 16.19-26). Para o senador sobra terra e dinheiro, enquanto os lavradores sem terra não recebem nem as migalhas  das suas riquezas. Quem defenderá o senador, quando daqui há poucos anos, se apresentará diante de Deus?

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

A melhor Idade?



Até os meus oitenta anos eu me sentia, não digo jovem, mas cheio de forças e de sonhos. Agora com oitenta e cinco anos e depois de algumas doenças graves me percebo como idoso, velho.  Não acabado, sem esperança, mas com um panorama de vida mais limitado, com uma preocupação principal, que toma o tempo todo: a preocupação pela saúde, o cuidado físico. No médico quase todas as semanas, a mesa empilhada de caixinhas de remédios, as longas sessões de espera nos ambulatórios e uma fraqueza corporal que influencia também o espírito, tirando aquela vontade de construir novidades e melhorar o mundo. Estou percebendo que o número notável de idosos, que aumenta a cada dia, traz problemas  sociais e não somente individuais. É desejável  que se viva longos anos e que isto aconteça com todo mundo, mas com isso algo muda na vida pessoal e na sociedade, inexoravelmente.  Nós dizemos que o idoso se encontra na “melhor idade”. É verdade? Podemos dizer que sim: é uma idade mais calma, com uma visão do mundo mais realista, uma idade de reflexão e contemplação, de benevolência e misericórdia para com os outros, com um maior respeito por parte da sociedade (o idoso, ao menos teoricamente, é sempre “preferencial”). Mas isso tudo é mais complicado quando entra na vida o cansaço e sobre tudo as doenças. Uma comparação não muito bonita é aquela de lidar como com um carro velho: todo dia apresenta um defeito, se  conserta uma peça e estraga a outra. A reação humana é algumas vezes a desesperança e a depressão. Nesta situação qual é o caminho da salvação? Eu não diria que é o único, mas para mim o principal caminho é o caminho da Fé. Gastar com sabedoria as poucas forças remanescentes em vista do bem comum torna  cheia a consistência do viver o dia a dia. A consciência que o sofrimento  é um chamado, duro mas precioso, de Deus, para completar a Redenção que vem de Jesus e que tem um valor ainda maior que o valor da ação a da oração. É claro que isso tudo é dom de Deus, dom do alto, que vem em socorro da nossa  pequenez e da nossa fraqueza  física e psicológica. Vai aqui muito bem um conselho, uma advertência aos mais jovens, aos que estão com toda sua força integral e com saúde boa: o conselho de não perder o tempo, não dar espaço à preguiça, fazer o bem agora, porque amanhã  poderá ser tarde.

sergiobernardoni@gmail.com



quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

SERVIR: um ideal esquecido?


Certamente vocês se lembram de uma imagem de Papa Francisco, numa celebração da Quinta Feira Santa, lavando os pés de um mendigo. Se a imagem do papa fosse substituída pela figura de Jesus, seria fácil lembrar quando Jesus lavou os pés dos discípulos antes de sua paixão e morte ensinando a prática do serviço  e convidando os apóstolos ( e nós todos também!) a imitá-lo. A Igreja, lançando a Campanha da Fraternidade deste ano 2015, renova o convite a realizar, nas comunidades, a mística do serviço. O tema da Campanha é: FRATERNIDADE: IGREJA E SOCIEDADE, e o lema: EU VIM PARA SERVIR!. O tempo forte da Campanha é a Quaresma, mas o seu espírito e sua prática deveriam fermentar a vida dos cristãos e das Comunidades durante a vida inteira. É um tema muito atual e urgentíssimo e é um ataque direto contra a corrupção e a prática generalizada de tirar vantagem em tudo para benefício pessoal esquecendo a sociedade e o bem coletivo. É também uma questão de Fé: todos querem ficar com Deus, mas onde encontra-lo? A resposta é: certamente no amor e no serviço ao próximo. No Evangelho somente uma vez está escrito :” amar a Deus sobre todas as coisas”, mas dezenas de vezes, com parábolas, exortações e exemplos Jesus convida, ou melhor manda, amar e servir ao próximo. Isto para nos libertar da ideia perigosa de amar um Deus situado na fantasia ou no sentimentalismo. E o apóstolo escreve numa carta:” Se você não ama o próximo que você vê, como poderá amar a Deus que não vê?”. A Campanha da Fraternidade terá o seu ponto alto no Domingo de Ramos quando é feita a coleta para ajudar as atividades sociais da igreja. Esta nova mentalidade :”servir ao próximo é se encontrar com Deus”, deverá orientar toda a prática da vida cristã: as reuniões nas casas, as pregações, o dízimo, a vida social e política. Isso significa começar uma vida nova, atitudes novas, e não colocar “remendos nos panos velhos” , como diz o Evangelho.

Sérgio Bernardoni

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Vinho Novo!


Naqueles dias tensos da eleição presidencial, no meio dos debates e  das denúncias generalizadas, eu cheguei a uma certeza: qualquer um dos dois lados ganhasse as eleições seria  necessário um trabalho de refundação da ética social, comercial, politica e religiosa para reconstruir o mundo em que vivemos. Para qualquer lugar eu lançasse os olhos, no alto ou em baixo, para direita ou para esquerda, no campo dos colarinhos brancos ou dos agitadores populares, parecia aparecer sempre, acima dos ideais, o fantasma da corrupção, ou melhor, o costume,  inconscientemente, talvez,  autorizado e auto-justificado , de todo mundo tirar vantagem de tudo: a conhecida “lei de Gerson”. Parece que refazer o mundo seja uma tarefa imensa, impossível . É fácil cair na desesperança, aceitando o que muitos dizem: foi sempre assim, será sempre assim!   Mas para Deus nada é impossível.  Jesus no Evangelho, diante da realidade desanimadora daqueles tempos  diz que podemos colocar “ vinho novo em odres novos”   e nas tentações do deserto (Lucas 4,1-13) nos da o exemplo de como fugir das garras impiedosas do poder, do dinheiro, da ambição. Devemos começar no plano pessoal, olhando para si mesmos e descobrir se as ramificações da corrupção já afundaram em nós as suas raízes e depois juntar um grupinho de pessoas que se propõe de olhar a realidade e em nome de qualquer ideal puro, seja  cultural, seja político, seja comercial ou religioso, começar a “refazer o mundo”. Para alimentar esta vontade, este sonho de reconstruir a sociedade coloco aqui, sob os vossos olhos atentos, alguns pensamentos, sóbrios e claros, de um dos maiores teólogos moralistas dos últimos tempos, Bernard Haring:  “O gênio, o grande artista, o profeta, o santo são os descobridores dos novos valores e das novas oportunidades. Abrem novos horizontes e novos caminhos, infundem nova vida nos valores ainda não percebidos. Não desprezam as inúmeras pessoas silenciosas e humildes, que, dia após dia, mantêm vivos certos valores e formas de sabedoria. Quanto mais intenso é o contato que  mantêm com as pessoas, tanto mais criativo é o impacto que causam na cultura. Mahatma Ghandi e Martin Luther King são exemplos de gênios que souberam ficar perto do povo simples e ser ao mesmo tempo, suficientemente corajosos para convidar este povo a seguir novos caminhos e para aí guia-los”.

Sergio Bernardoni

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

É BOM VIVER!

Ao meu lado, na cama do hospital, jaz um senhor quase totalmente paralítico, obrigado á hemodiálise e com água no pulmão. Fico impressionado pelo carinho com que a esposa cuida dele, totalmente dedicada, com serenidade, ajudando os enfermeiros a prepará-lo para o banho. Isto enquanto está internato, mas é uma história que começou e continua em casa há nove anos, devido a um derrame! Poderíamos falar da fidelidade conjugal, do heroísmo do amor, mas penso neste momento à preciosidade da Vida, ao esforço que se faz para preservá-la ainda que precariamente e, por contraste, à violência, à miséria, que tiram tantas vidas sadias e fortes no meio de nós e no mundo inteiro. Não são somente os grandes gestos, as grande obras que  ajudam a preservar avida. A falta que faz um investimento  maior pelas autoridades públicas no campo da saúde é lamentável, mas quantos bilhões de  dinheiro seriam economizados se todo parasse de fumar e não precisasse de hospital para problemas pulmonares e de circulação! Quantos bilhões seriam economizados se não houvesse tanto exagero na bebida e não precisasse  tratar de tantas cirroses! E assim por diante!
Sobraria dinheiro para tratar daquelas doenças que chegam sem culpa de ninguém e sobraria dinheiro para aliviar, confortar e alegrar as pessoas enfraquecidas pela inexorável avançada da idade!
Nestes dias de hospital fiz também uma grande descoberta que posso melhor entender por meio da minha fé cristã (católica, evangélica ou espírita). San Paulo, nas suas cartas, afirma que o nosso sofrimento, completa (sim , intenderam?: completa!) o sofrimento e  a cruz de Cristo pela Redenção do mundo Isto significa que todo sofrimento, físico ou psicológico, oferecido a Deus, colabora com a obra de redenção de Jesus e a completa nos seus membros místicos que somos nós. Isto significa que nenhum sofrimento, doença ou perda, são inúteis: ficar doente não é tempo perdido. Isto, teologicamente, significa também, que Cristo, é, sim, o único Redentor e Salvador, mas não sozinho, e sim, junto com nós, colaboradores da Redenção.